Por razões meramente familiares, venho com muita frequência ao Brasil, onde me encontro presentemente. É, como se sabe, um país muito interessante e cheio de contrastes.
Como português que sou, sempre à cata do nosso legado, surpreendo-me muitas vezes com semelhanças e diferenças inesperadas. Onde espero ver uma marca lusitana, encontro algo que tem a ver com costumes índios locais ou de raiz africana, só para dar um exemplo. Outras vezes nota-se uma verdadeira simbiose de várias culturas.
Hoje, como se pode ver na imagem, fui surpreendido com algo que mostra bem a combinação de que falo. Ao espírito de improvisação português juntou-se o humor brasileiro.
E os amantes de Baco agradecem…
Muito embora cada um de nós já tenha visto a morte de bem perto, pois é facto que quanto mais tarde ela possa chegar, melhor será, e, porque tal mutação implicará –certamente – numa mudança de hábitos que não é assim evidente; quanto mais tarde puder ser... mais iremos aproveitando...
O Brasil só prima pela (des) nobreza cultural – de que é ainda possuido 500 anos depois - e pela simplicidade de tudo o que não pede assim muito esforço mental...e daí o conforto de nos podermos – nós Europeus - ao menos encontrar com gente que pensa com o instinto e que age com o ímpeto... isto é ainda “terra virgem”!
Por esta razão a sua legítima observação relacionada com o improviso dos portugieses e o humôr dos brasileiros...gostei desta análise porque o sabor é bem Latino e o sentido profundamente sensitivo.
Bem sei que se um dia eu tiver que falar sobre este país, pois serei devastador nos meus propósitos e lamentávelmente crítico sobre todo o Programa da Colonização Portuguesa... e pensava eu que o D. João II era o melhor de todos; veja bem...!?
Cinco séculos depois ainda descobrimos aqui ( e em todos os aspectos) o nosso Portugal dos anos 30 – só que a arquitectura (copiada, diga-se) nos dá por vezes mostras de evolução, porém, os pontos quentes e de alto risco (Favelas) desta sociedade nos demonstram o contrário assim como toda a perversão decadente de uma Nação que se diz democrática...e a título de exemplo, as igrejas enchem-se enquanto que no Carnaval o pessoal “transa” na via pública...”no coment please”... democracia a quanto nos obrigas...
Teriamos aqui pano para mangas Senhor Fernando Vouga...
A sua photo é bem ilucidativa e a sua página de apresentação; devo dizer, deveras tolerante: eu tenho infelizmente um outro olhar, vivo aqui e embora aconselhe a que quem venha fique por estas Latitudes, e só o digo porque Portugal nada propõe neste momento que não seja o descalabro e a humilhação, deverei acrescentar que, apesar de todas as cotoveladas que por aqui se passam; em Terras de Cabral, ainda hão oportunidades...não é preciso muito aqui em Vera Cruz; só há que ter cuidado com os “pontos quentes”.
Um abraço.
Rui Saraiva Alves.
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