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Já vem de longe o costume de premiar aqueles que, por obras meritórias, se distinguiram dos demais (tais como ter conquistado uma praça aos mouros ou metido a mulher na cama do rei...). Entenda-se por meritório tudo o que convém aos poderes estabelecidos e por maldoso o contrário. Assim, os detentores do poder distribuíam dinheiro, terras, prebendas, títulos de fidalguia e por aí fora. Mais tarde, Napoleão descobriu que lhe saía muito mais barato galardoar os seus heróis com condecorações (que apelidava de frioleiras), nomeadamente a Legiãode Honra. Procedimento que se espalhou por esse mundo até aos dias de hoje.
Porém, como de boas intenções está o inferno cheio, com os tempos, a situação foi-se degradando, dentro do espírito dominante de quem não chora não mama. De tal forma que, nos dias que correm, ser condecorado é quase um vexame. Daí, alguns anos atrás, os Beatlles terem devolvido à Raínha de Inglaterra as condecorações com que foram agraciados pela monarca britânica. Foge cão, que levas com uma condecoração...
E, como se esse mal não fosse suficiente, o vírus da desgraça já chegou ao muito cobiçado prémio Nobel. Nos bastidores conspira-se descaradamente, traficam-se influências e nem sempre o galardão é dado a quem mais mereceria.
Foi decerto neste contexto que Bob Dylan aliás, Robert Allen Zimmerman, de 75 anos, uma das figuras mais proeminentes da música contemporânea — para lá de ser pintor, escritor e actor —, preferiu ser distinguido pela recusa desse tão cobiçado prémio. Desta forma brilhante, com o seu corajoso gesto, acabou de dar ao mundo um grande exemplo de dignidade.
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